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Teatro Vila Velha abre espaço para candidatas a vereadora de Salvador apresentarem suas propostas e

  • Foto do escritor: D IDEIA #aoseuredor
    D IDEIA #aoseuredor
  • 26 de set. de 2016
  • 5 min de leitura

Nesta segunda-feira 26/09, o Teatro Vila Velha abriu seu palco para receber as candidatas a vereadora de Salvador. O convite foi aberto para as candidatas de todos os partidos e compareceram ao evento as candidatas Renata Mallet (PSTU), Patruska Barreiro (Solidariedade), Marta Rodrigues (PT), Vânia Galvão (PT), Ana Nery (PT), Linna Ramos (PSOL), Aladilce Souza (PC do B), Edna Santos (PDT), Flávia Ribeiro (PDT), Cristina Gonçalves (PSB), Vanda Cruz (PPL), Celina Almeida (PSDB) e Avani “A Loura” (DEM).


Márcio Meirelles, diretor do teatro, iniciou o Palco Aberto lembrando da importância de abrir o espaço teatral para que a população possa refletir e consolidar seu voto. Segundo ele, “o teatro pode mudar o mundo como a gente muda o palco” e ressaltou que a iniciativa surgiu da demanda de um grupo de mulheres, através das redes sociais.

O Palco Aberto contou com 3 blocos de perguntas e respostas. Entre apresentações e considerações finais, os blocos foram intercalados com performances teatrais “Corpo Manifesto”, de Roberta Nascimento, cuja temática principal foi o aborto e o PL 5069, e um fragmento de “A Caminho”, de Juliana Molla, que trouxe o tema da sexualidade Infantil (descobrimento do corpo x assédio/abuso sexual). Em cada bloco a plateia deve a oportunidade de fazer 5 perguntas que foram respondidas por uma candidata de cada partido, durante 2 minutos.


Foram lançadas questões sobre projetos voltados à saúde mental no município, população de rua, recuperação de pessoas dependentes em drogas (legais e ilegais). As candidatas também foram inquiridas sobre o posicionamento com relação ao impeachment: “foi um golpe, ou não?”, Plano Municipal de Educação, em especial com a supressão do debate de gênero, o programa Primeiro Passo, projetos voltados à arte e cultura no município, racismo e genocídio da juventude negra e, é claro, questões diretamente ligadas às mulheres como aborto, violência contra a mulher.

Com relação à avaliação do impeachment, algumas candidatas se abstiveram, enquanto outras afirmaram se tratar de um golpe de estado. A candidata do PPL, Vânia Cruz, ressaltou a importância de se realizarem eleições diretas para retomada do estado democrático de direito. Já a candidata Vânia Galvão, destacou o papel do legislativo e chamou atenção para um processo que ela identificou afirmando que “o debate do legislativo fica secundarizado” durante o pleito, visto que os eleitores supervalorizam o executivo e isso é ruim para o processo democrático.


O Plano Municipal de Educação, quando comentado, foi rechaçado. As candidatas não aprovam a forma como foi construído, sem participação popular e nem do legislativo amplo, nem o seu resultado, que deixa de fora os anseios do município e segue uma trajetória muito próxima do plano nacional – um retrocesso, segundo elas. Com relação ao Programa Primeiro Passo da Prefeitura de Salvador, a candidata Cristina Gonçalves considera que “é um projeto vil, primeiro passo pra rua”, já que o valor despendido pela prefeitura não é suficiente para pagar a mensalidade de uma creche e, ainda que fosse, não há creches suficientes na cidade. “As mães estão deixando os filhos com os vizinhos, o que deixa as crianças vulneráveis ao tráfico de drogas e a marginalidade”.

Entre as falas das candidatas, foi unânime considerar que faltam Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) na cidade, a apresentação de soluções possíveis como construção de novos CAPS, a utilização das estruturas da comunidade (escolas desativadas, igrejas e outros) como suporte para o acolhimento da população de rua e em condições de vulnerabilidade. Outro ponto importante foi o reconhecimento da dificuldade, dentro da Câmara de Vereadores, em obter apoio às causas das mulheres, como o apresentado pela candidata Martha Rodrigues, afirmando que para aprovar a nova legislação de combate à violência contra a mulher precisou do apoio de um vereador homem – num reconhecimento de que para além de uma maior representatividade por mulheres no parlamento, é preciso que elas estejam engajadas nas causas feministas, no combate ao machismo e cultura do estupro. Na mesma linha, Renata Mallet, afirma que “o inimigo não são os homens, mas o machismo”. Para a candidata Cristina Gonçalves, se o parlamento tem mais homens, e a população mais mulheres, são elas que estão escolhendo estes representantes e sugere que para uma mudança neste cenário, as mulheres votem em mulheres. A candidata Martha Rodrigues salientou o quão acertado é “transformar o templo dos artistas num espaço de resistência, onde estejam presentes todas as vozes”. Não obstante, apresentou como proposta de combate a violência ampliar as Delegacias de Atenção a Mulher (DEAM).

Após a apresentação da performance “Corpo Manifesto”, uma provocação que podemos chamar de “visceral” sobre o aborto e o PL 5069, as falas das candidatas foram contundentes e polêmicas sobre o tema. Renata Mallet pontuou que “Salvador é muito injusta, não tem onde abortar, onde nascer e nem onde deixar o filho depois que nasce”. Em seguida, Martha Rodrigues lembrou que “Salvador está entre as primeiras capitais em mortalidade materna, sendo o aborto a principal causa” e porpôs uma “iniciativa popular para revogar a Lei 5069, com assinaturas das mulheres baianas a serem enviadas ao Congresso Nacional”. Para as candidatas Celina Almeida, Patruska Barreiro e Flávia Ribeiro, o aborto não deve ser permitido sob nenhuma hipótese além das já asseguradas pela lei. Para elas, a solução é a prevenção através da conscientização das jovens sobre os riscos de uma gravidez não planejada.


https://www.youtube.com/watch?v=WQTueoTDR8U

O último bloco culminou com as respostas às questões levantada e considerações finais de cada uma das condidatas que tiveram o tempo de 3 minutos cada. Entre os temas levantados estavam a continuidade do programa de moradias populares no município (sobretudo considerando a interrupção do “Minha Casa Minha Vida”), intolerância religiosa, preconceito racial e social, misoginia e gordofobia. Ao finalizar, Linna Ramos (PSOL), defendeu a legalização da maconha, o combate a violência contra a mulher negra, o racismo, a homofobia e concluiu dizendo que “a mulher maconheira e negra está muito antenada hoje para ocupar este espaço”. Vânia Galvão lembrou mais uma vez a importância das decisões do poder legislativo em todas as esferas - “O que se debate naquela casa reflete diretamente na vida de cada um de nós, deveríamos prestar mais atenção a tudo que lá se debate, discute e decide”. Por último, a candidata Aladilce (PCdoB) afirmou que “não podemos reeleger o chefe do golpe (em Salvador), é preciso tirar a venda das pessoas ainda iludidas com a maquiagem que o prefeito está fazendo”.

Vale salientar que, o debate realizado no Teatro Vila Velha pela inciativa da sociedade civil, mais precisamente pelas mulheres feministas de Salvador, abre um precedente para novas formas de organização da população em relação à escolha de seus representantes políticos e deixa evidente, para candidatas e candidatos, que queremos representatividade de fato.


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